sábado, 10 de julho de 2010


Alemanha vence o Uruguai por 3 a 2 e fica com o terceiro lugar da Copa


PORT ELIZABETH, África do Sul (AFP) - Num jogo aberto, a Alemanha venceu o Uruguai por 3 a 2, em Port Elizabeth, e ficou com o terceiro lugar na Copa do Mundo da África do Sul. Na partida, o Uruguai teve a volta de Luis Suarez ao time, depois da expulsão do atacante contra Gana, nas quartas de final. Já a Alemanha pode contar com Muller, suspenso da semifinal contra a Espanha por ter levado seu segundo cartão amarelo. Klose, machucado, não pode entrar em campo para tentar bater o recorde de Ronaldo, que com 15 gols se manteve como o maior artilheiro da história das Copas. Klose chegou aos 14 gols com os quatro marcados neste Mundial, e se igualou ao alemão Gerd Müller.
Com os dois times bem tranqüilos, a primeira oportunidade foi do Uruguai. Aos 6 minutos, Forlan bateu falta da entrada da área e a bola passou perto do gol Butt, por cima. Três minutos depois, a Alemanha teve a melhor oportunidade do jogo até aquele momento. Em cobrança de escanteio, o zagueiro Friedrich subiu para cabecear a bola no travessão de Muslera.
A Alemanha abriu o placar aos 18 minutos. Schweinsteiger chutou de longe, de frente para o gol, e o goleiro Muslera rebateu a bola nos pés de Muller, que só teve o trabalho de tocar para a rede e se igualar a Villa e a Sneidjer na artilharia da Copa do Mundo.
O Uruguai empatou aos 27 minutos. Perez roubou a bola de Schweinsteiger no meio-campo e tocou para Luis Suarez. O atacante avançou até a entrada para a área e tocou na esquerda para Cavani, que invadiu a área e tocou rasteiro, na saída do goleiro Butt.
Aos 41, Suarez teve a chande da virada para o Uruguai. O atacante recebeu passe na direita, invadiu a área e chutou rente à trave direita de Butt.
No segundo tempo, a primeira grande oportunidade foi logo aos 2 minutos, e foi do Uruguai. Cavani foi lançado na área e dividiu com o goleiro Butt. A Sobra ficou com o atacante uruguaio, que rolou para Luis Suarez bater para o gol Butt conseguiu se recuperar no lance e espalmar para escanteio.
Quatro minutos depois, o Uruguai chegou à virada. O volante Arevalo fez ótima jogada pela direita e cruzou para Forlan, que pegou de primeira, sem deixar quicar. A bola ainda bateu no chão antes de estufar a rede de Butt. Com o gol, Forlan se igualou a Muller, Sneijder e Villa na artilharia do Mundial, com 5 gols.
Mas o Uruguai não ficou muito tempo em vantagem. Aos 11 minutos, a Alemanha empatou graças a uma falha de Muslera, Jerome Boateng cruzou da direita, o goleiro uruguaio saiu para cortar de soco mas não achou a bola, que bateu em Jansen e entrou.
O Uruguai não desanimou e teve nova oportunidade aos 17 minutos. Luis Suarez recebeu na intermediária, avançou e chutou forte para boa defesa de Butt, que rebateu para o lado. Dois minutos depois, em triangulação do ataque uruguaio, Cavani tocou para Suarez, que rolou para Forlan dentro da área. Butt conseguiu sair nos pés do atacante e abafar o chute.
A Alemanha só respondeu aos 30 minutos. Kiessling, que entrara no lugar do brasileiro naturalizado alemão Cacau, recebeu na área e chutou em cima de Muslera, que fez a defesa. Seis minutos depois, os alemães voltaram a ficar na frente do placar. Özil bateu escanteio da direita e no bate e rebate dentro da área, a bola sobrou para Khedira, que cabeceou por cima de Muslera para marcar o terceiro gol alemão.
No último minuto, o zagueiro Friedrich fez falta em Luis Suarez na meia lua da grande área. Na cobrança, Forlan chutou no travessão, e o jogo terminou com a vitória alemã.
Ficha técnica da partida:
- Copa do Mundo da África do Sul - Partida pelo terceiro lugar
Alemanha 3 x 2 Uruguai
Gols:
Alemanha: Müller (19), Jansen (56), Khedira (82)
Uruguai: Cavani (28), Forlán (51)
Estádio: Nelson Mandela (Porto Elizabeth)
Público: 36.254
Árbitro: Benito Archundia (MEX)
- Cartões Amarelos -
Alemanha: Aogo (5), Cacau (7), A. Friedrich (90+3)
Uruguai: Diego Pérez (61)
- Equipes -
Alemanha: Hans-Jorg Butt - Jerome Boateng, Per Mertesacker, Arne Friedrich, Dennis Aogo - Sami Khedira, Bastian Schweinsteiger (cap) - Thomas Müller, Mesut Ozil (Sedar Tasci 90+1), Marcell Jansen (Toni Kroos 81) - Cacau (Stefan Kiessling 73). Técnico: Joachim Löw.
Uruguai: Fernando Muslera - Jorge Ciro Fucile , Diego Lugano (cap), Diego Godín, José Martín Cáceres - Maxi Pereira, Diego Pérez (Walter Gargano 77), Egidio Arévalo Ríos, Edinson Cavani (Sebastián Abreu 89) - Diego Forlán, Luis Suárez. Técnico: Oscar Washington Tabarez.

A CORRUPÇÃO NO BRASIL ATUAL

Para entender a corrupção no Brasil atual

Narciso Dantas (10/07/2010)

Corrupção sempre houve no Brasil, em todos os setores da vida social. Mas a corrupção que assistimos atualmente no país vai ultrapassando todos os limites. Governantes, parlamentares, juízes, promotores, dirigentes partidários, empresários, policiais, funcionários governamentais, sindicalistas, participantes de organizações da sociedade civil - gente de todos as áreas parece estar afundada até o pescoço numa espécie de mar de lama nacional.

Corrupção política sempre houve no Brasil. Dela se diz que é endêmica. Mas a corrupção sistêmica que se vê hoje é um fato inédito.

Alguma coisa diferente aconteceu para que pudesse se instalar a atual escalada de corrupção. Diz-se, em geral, que a corrupção avança diante da impunidade. Ora, impunidade sempre houve no Brasil. Mas a impunidade de muitos ensejada pela inimputabilidade de alguns - e com o volume que se verifica atualmente - ah! não: esse é um fenômeno inédito.

A corrupção que aparece com mais destaque nos noticiários recentes é a corrupção dos parlamentares (senadores e deputados). Mas não podemos esquecer que, para a escalada atual, a "senha" foi dada pelo governo. Foi diante da impunidade de altos dirigentes do governo federal, envolvidos em escândalos a partir de 2004 - sem que quase ninguém, até agora, tivesse sido punido - que abriu espaço para a corrupção parlamentar em larga escala.

A corrupção endêmica da política tradicional brasileira é fato conhecido e já bem estudado. Tem suas raízes na formação do Estado nacional. O cartorialismo ibérico, o patrimonialismo e o populismo explicam, em grande parte, a permissividade do nosso sistema político em relação às práticas corruptoras. Sim, porque não pode haver corrupto sem corruptor. Se houve apropriação indevida de recursos, temos sempre, em primeiro lugar, de verificar o comportamento de quem tem o poder de ordenar despesas.

Todavia, a corrupção sistêmica, aquela que é necessária porque funcional para a implantação de um projeto de poder, essa não foi ainda compreendida e adequadamente analisada.

O grande problema no combate à corrupção atual é olhar os efeitos e não as causas; ou é olhar os indivíduos e não o ambiente. É achar que a corrupção acontece apenas em virtude de desvios de caráter dos agentes que estariam, pessoalmente, inclinados à corrupção e que seriam levados à tal prática pela ganância, pelo egoísmo. Quem pensar assim poderá explicar, em parte, a corrupção tradicional (endêmica), mas não conseguirá entender a nova corrupção (sistêmica).

É verdade que a corrupção avança com a impunidade. Mas a impunidade no Brasil de hoje não mais se refere ao fato de pessoas cometerem delitos e não receberem a devida sanção. Nos últimos anos, a impunidade é o nome para o estado geral em que se encontra o país - que virou uma espécie de "terra sem lei" em termos políticos - depois da revelação dos muitos escândalos e de fundadas evidências de envolvimento de altos funcionários públicos, de auxiliares do presidente da República e de dirigentes partidários em irregularidades e crimes de todo tipo, sem que houvesse, salvo em raríssimos casos, qualquer punição para os malfeitores.

Contribuíram para esse estado de impunidade generalizada, o poder legislativo (que, por exemplo, absolveu seguidamente os mensaleiros e protegeu os seus membros contra qualquer investigação) e o poder judiciário (que concedeu aos acusados, abusivamente, o direito de mentir em Comissões Parlamentares de Inquérito e, ainda, em alguns casos, se envolveu diretamente com o crime), mas também - e principalmente - o próprio chefe do governo, que resolveu minimizar as faltas cometidas por seus colaboradores, encarando-as como erros de percurso e pecadilhos perdoáveis em virtude da sua inexperiência com o jogo bruto do poder.

Também contribuiu para constituir essa "terra sem lei" política, a atuação destacada de uma espécie de "Ministro-Consiglieri", o criminalista ex-titular do Ministério da Justiça que, ao invés de defender o cumprimento das leis, passou a atuar, extra-oficialmente, como advogado dos envolvidos, fornecendo a sua linha de defesa, quando não indicando os melhores e mais caros advogados para representá-los.

Contribuiu ainda, e decisivamente, para a criação do clima geral de "impunidade" que hoje reina no Brasil, o colaboracionismo oposicionista que, em nome de uma governabilidade abstrata, foi leniente e conivente com as irregularidades (quando não esteve envolvido em crimes semelhantes).

Por último, deve-se considerar igualmente a atuação seletiva da Polícia Federal, que foi capaz de armar um circo para prender uma dona de butique, mas sequer incomodou gente como Waldomiro Diniz, Marcos Valério, Delúbio Soares e tantos e tantos outros réus confessos (inclusive quando flagrados destruindo provas), esmerando-se em apresentar shows pirotécnicos como peças da campanha reeleitoral do presidente, com a exibição televisiva de gente algemada e aparelhos estourados de quadrilhas de bandidos comuns, mas recusando-se a mostrar - ao contrário do que estava acostumada a fazer, segundo norma interna inclusive - o dinheiro apreendido para forjar ou comprar um falso-dossiê contra a oposição e omitindo - até agora - a sua origem e o papel desempenhado pelos homens de confiança de Lula na trama.

Ao que tudo indica a "impunidade" dos criminosos políticos - como medida necessária à degeneração das instituições - faz parte de uma estratégia de poder. Ora, quando as instituições se degeneram a tal ponto, como esperar que o cidadão seja honesto?

As leis devem valer para todos. Mas se de cima vem o exemplo de que elas podem não valer para alguns - como agora estamos vendo no caso da blindagem governamental de Renan, inclusive com a participação do presidente da República - então as pessoas não acreditam mais nesse princípio fundante do Estado de direito.

Sim, o precedente para esse estado generalizado de corrupção e impunidade veio de cima. Veio, em primeiro lugar, com a divulgação da idéia de que "todos fazem a mesma coisa". Essa expressão foi difundida na imprensa e na academia, como uma espécie de vacina contra a investigação das irregularidades e crimes cometidos por altos mandatários, por seus auxiliares e por dirigentes partidários, como parte das táticas de defesa para obter um estranho tipo de absolvição prévia e plenária em virtude do erro alheio. Se "todos fazem a mesma coisa", porquanto a política realmente existente seria assim mesmo, uma atividade suja, então não se poderia querer crucificar os que estão no poder, só porque agora chegou a sua vez de se locupletar, depois de as "elites" terem feito isso durante séculos a fio. A expressão também serve para transformar uma culpa em desculpa ao inculpar em maior intensidade as "elites", que teriam implantado todos os esquemas ilegais na política, do que os neófitos governantes atuais, que foram surpreendidos e contaminados pelo meio corrupto, sem possuir as armas - dada a sua inexperiência - para se defender.

Bom, se todos sempre fazem a mesma coisa porque a vida é assim mesmo, então não se pode, a rigor, culpar alguém a não ser por motivos políticos. Assim, como acaba de declarar uma líder parlamentar do governo, o esforço das oposições para investigar Renan seria apenas um pretexto para corroer a governabilidade. Ou seja, a lei foi substituída pela baixa luta política. Ora, o que significa isso senão uma espécie de "liberou geral"?

Para entender a nova corrupção (sistêmica) que assola o Brasil de nossos dias, é necessário elaborar um glossário, com novos verbetes como os sugeridos abaixo.

Para começar, examinemos o termo "blindagem", tão em voga nos dias que correm. Trata-se de um termo utilizado para designar o ato ou o processo de proteção de um ator político contra investigações do seu comportamento, mesmo quando legitimamente realizadas pelas instituições do Estado de direito diante de fortes evidências de práticas ilegais. No Brasil atual, a 'blindagem' está freqüentemente a serviço da impunidade. O presidente da República e o seu antigo Ministro da Fazenda (envolvido em múltiplas irregularidades e derrubado em virtude de violação de direitos constitucionais de um cidadão) foram blindados pelo governo e por todos os partidos, inclusive os de oposição. Embora também tenha sido blindado, o citado Ministro da Fazenda acabou caindo em função da 'blindagem' - em grau superior - do chefe do governo (ou seja, foi uma peça sacrificada para impedir que as investigações chegassem até o presidente da República). Agora estamos vendo a blindagem de Renan, promovida pelos mesmos atores da base política do governo.

Passemos então a outro verbete inédito: "corrupção altruísta". É uma inusitada forma de corrupção que ocorre quando o agente do delito não o pratica em causa própria, movido por seus próprios interesses egoístas, senão em benefício de uma causa, em geral de um grupo que tem, como núcleo do seu ideário, uma utopia generosa e/ou como objetivo final instaurar uma nova ordem supostamente mais justa. A "corrupção altruísta" foi introduzida recentemente na política brasileira, seja pontualmente, em prefeituras conquistadas eleitoralmente antes de 2002, seja, mais ampla e generalizadamente, no governo federal, a partir de 2003. A "corrupção altruísta" é justificada por uma ética própria, de bando ou de quadrilha, segundo a qual, se o agente agiu em prol do objetivo coletivo e não para se locupletar com a apropriação de recursos ilícitos, se não embolsou os recursos roubados ou desviados, então não cometeu nenhum delito e não pode ser condenado por isso. Trata-se, evidentemente, de uma ética de fins (que supostamente justificariam os meios ilícitos) em franco conflito com as normas que regem as instituições do Estado de direito. Tal conflito também é justificado a partir da avaliação de que as instituições que existem não são um ativo democrático e sim um passivo, herdado da secular dominação das elites, um entulho a ser removido e substituído por novas normas e instituições que favoreçam a emancipação das maiorias exploradas e oprimidas.

A diferença da "corrupção altruísta" para a corrupção tradicional (que seria "egoísta") está no fato de ela ser uma forma de corrupção planejada e executada, de modo centralizado, pelo alto comando de um partido que se confunde com a própria direção do governo. A corrupção de Estado é diferente das formas de corrupção política verificadas tradicionalmente no Brasil e em outros países, que são praticadas - sem qualquer centralização ou coordenação nacional - por membros do staff político de um governo ou de um parlamento, em geral por motivos individuais; ou, quando coletivos, tais motivos não são ideológicos e sim para servir aos objetivos de poder, quase sempre imediatos e regionalmente localizados, de um determinado grupo político. Embora abra precedentes para a corrupção tradicional - e aqui está a chave para entender a escalada generalizada de corrupção que assistimos hoje -, a "corrupção de Estado" é uma forma de "corrupção altruísta", na qual os agentes de uma espécie de "Estado paralelo" se sentem legitimados para cometer desvios e roubos do dinheiro público ou privado, pelo fato de estarem, supostamente, servindo a uma causa maior (maior, inclusive, do que as leis do seu país) e se sentem realmente injustiçados quando são surpreendidos no ato delituoso.

Diferentemente da corrupção política tradicional, mesmo nas suas formas mais endêmicas, na "corrupção de Estado" os chefes do governo e do partido a que pertencem os malfeitores tendem a minimizar a gravidade dos crimes cometidos, encarando-os como erros ou pecadilhos, próprios da inexperiência dos meliantes com a realidade nua e crua do poder, enquanto que, extra-oficialmente, oferecem proteção aos seus decaídos, providenciando a sua sustentação financeira após a desgraça, viabilizando-lhes a contratação de caríssimos advogados (que até hoje não se sabe como e por quem foram pagos) e o conforto de uma interpretação coletiva favorável, no sentido de que eles foram vítimas dos inimigos (dos conservadores, das elites, da direita e da mídia a serviço dos dominadores) e deverão algum dia, quando mudar a correlação de forças, ser reabilitados.

A questão que em geral não é abordada nas iniciativas de combate à corrupção é a seguinte: a corrupção é necessária em termos políticos ou decorre apenas de um funcionamento imperfeito do sistema político?

A dificuldade de combater a corrupção política que ocorre atualmente no Brasil é que tanto do ponto de vista estratégico quanto do ponto de vista tático, a corrupção é necessária politicamente.

Do ponto de vista estratégico a corrupção atual (sistêmica) é um processo pelo qual o desrespeito pela legalidade, pelo Estado de direito e pela democracia (dita "burguesa"), que caracterizou algumas estratégias de derrubada pela força das instituições vigentes, se manteve praticamente intacto, porém trocando a violência revolucionária (inviável nas atuais condições do mundo e do país) pela "corrupção altruísta" (essa sim facilmente praticável, sobretudo se conseguir mimetizar as formas de corrupção já presentes endemicamente na política tradicional). Assim, a corrupção (sistêmica) é o modo pelo qual as velhas instituições, supostamente a serviço das 'elites', estão sendo (ou deveriam ser) conquistadas por dentro, num processo de ocupação ou infestação e degeneração, criando condições para a sua substituição futura por novas instituições pretensamente alinhadas com os interesses da maioria da população.

Do ponto de vista tático, a corrupção política é uma decorrência do insólito esquema de poder que foi montado no país. Uma base parlamentar de apoio ao governo tão ampla como a que existe hoje, não poderia ser reunida sem qualquer proposta substantiva capaz de aglutinar forças tão díspares, sem a mínima unidade programática e sem a confiança necessária para que os aliados não vivam sobressaltados pelo medo de serem apunhalados pelas costas na próxima esquina. Não é uma corrupção acidental. É a alternativa para a falta daqueles aglutinantes (visão, proposta, confiança) capazes de manter unida uma coalizão de governo. Os aliados sabem que são meros joguetes, instrumentos nas mãos de um chefe. Assim, se movem, açodadamente, para arrancar tudo o que puderem enquanto é tempo. E o governo, que depende deles, não pode fazer nada. É isso que obriga o governo, para não desarranjar prematuramente o esquema, a entrar em canoas furadas como essa da salvação de Renan.